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EDUARDO EMBRY
( Chile )
Nasceu em Valparaíso, Chile, em 1938.
Reside em Southhampton, Inglaterra.
Realizou estudos sobre a censura política em Madri, Espanha, durante os anos sessenta, e sobre a revista Cuadernos de Ágora (1956-1964). Também publicou um manuscrito satírico do século XVIII, Descripción de las grandezas de la ciudad de Santiago de Chile... (Consiglio Nazionale delle Rucherche Bulzonsi Editora (Roma, 1994).
Durante su estada no Estado de Sucre, Venezuela, publicou a História de la ciudad de Cumaná en tiempos del General Bermúdez (1825-30) e Andrés Bello y el periodismo de provincia de 1825.
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
FESTIVAL MUNDIAL DE POESIA, 6to. - ÁFRICA / AMÉRICA / ASIA / EUROPA / OCEANIA, Antologia 2009. Caracas: Casa Nacional de las Letras Andrés Bello, 2010. 372 p.
ISBN 978-980-214-221-00 Ex. bibl. Antonio Miranda
EL POETA AGRADECE EL HABER NACIDO
Por más agua bendita que traigan
las lluvias y los ríos
nunca quisiera haber sido yo mismo
una catedral gótica;
imagine usted, este neófito que escribe,
por más hermoso que sea ¿cómo podría
llegar a ser la Notre Dame,
o la catedral de Burgos del cerro Cordillera?
pobre lenteja verde,
qué ridículo me vería
con arcos aguzados sobre mi cabeza,
o que mis piernas fuesen dos columnas
casi tocando el cielo,
y mi pobre fachada que ya no tengo,
la torre principal mi campanario;
yo que nunca me he puesto
una corbata al cuello, ni zapatos
demasiado brillantes,
no me vería bien con una bóveda de crucería,
o a dos brazos
sujetando arcos y agujas.
ay, madre mía, tu tesorito agradece
el haberme traído a este mundo,
hecho de carne y hueso, brillando
entre tanta naturaleza salvaje.
Del siglo de Oro para atrás
Sabiendo que no se sabe nada
del Siglo de Oro para atrás
sólo puedo soñar
como un pez de colores
en una página iluminada;
nueva estrella por aquí,
por encima de mi cabeza,
a mil millas por segundo, un cometa:
esto es lo que se veía detrás del trono
de Juan II de Castilla, y todavía temblando
por mis visiones, oigo una voz
´chico, tú eres un semidiós´,
qué ridiculez, me digo; la voz insiste:
´no contradigas a tu pluma´,
dentro de la biblioteca me siento en casa,
soy un pez feliz junto a su paraguas,
dentro de una pecera un gran caballero,
cuando el rey se tomaba la cabeza a dos manos,
la telefonía móvil me trae un aviso,
´hijo, te espero en casas, la cena está preparada´,
doy un salto de pez que abandona su pecera,
dejo los libr0s encima del escritorio,
se me caen las gafas,
quito el candado de mi bicicleta,
y para no tocar nada, suave como una pluma,
ciego, sin ver nada, atravieso volando
el cementerio oscuro, al salir a la avenida,
ya veo la casa toda iluminada.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
O POETA AGRADECE TEER NASCIDO
Por mais água bendita que tragam
as chuvas e os rios
nunca quisera ter sido eu mesmo
uma catedral gótica;
imagine você, este neófito que escreve,
por mis formoso que seja, cómo poderia
chegar a ser a Notre Dame,
ou a catedral de Burgos da Cordilheira?
pobre lentilha verde,
que ridículo me veria
com arcos amolados sobre a minha cabeça,
ou que minhas pernas fossem duas colunas
quase tocando o céu,
e minha pobre fachada que não tenho mais,
a torre principal meu campanário;
eu que nunca vesti
una gravata no pescoço, nem sapatos
demasiado brilhantes,
não me veria bem coma um cofre com nervuras,
ou a dos braços
sustentando arcos e agulhas.
ai, minha mãe, teu tesourinho agradece
o haver-me trazido a este mundo,
feito de carne e osso, brilhando
entre tanta natureza selvagem.
Do século de Ouro para trás
Sabendo que não se sabe nada
sobre o Século de Ouro para trás
somente posso sonhar
como um peixe colorido
numa página iluminada;
nova estrela por aqui,
acima de minha cabeça,
a mil milhas por segundo, um cometa:
isto é lo que se víamos detrás do trono
de Juan II de Castilla, e ainda tremendo
pelas minha visão, ouço uma voz
´garoto, tu és um semideus´,
que ridículo, me digo; a voz insiste:
´não contradigas a tua caneta´,
dentro da biblioteca me sinto em casa,
sou um peixe feliz junto ao seu guarda-chuva,
dentro de um aquário um grande cavalheiro,
quando o rei se tomava a cabeça com duas mãos,
a telefonia móvel me traz um aviso,
´filho, te espero em casa, a janta está preparada´,
dou um salto de peixe que abandona seu aquário,
deixo os livros em cima da escrivaninha,
meus copos caem
removo o cadeado de minha bicicleta,
e para não tocar em nada, suave como uma pena,
cego, sem ver nada, atravesso voando
o cemitério escuro, ao sair pela avenida,
vejo a casa toda iluminada.
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Página publicada em abril de 2023.
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